
Na gestão empresarial, uma das maiores qualidades que o empreendedor tem que ter é a visão.
Isso significa olhar o negócio como um todo: atender desejos e
necessidades do cliente, reforçar sua marca perante os concorrentes,
saber qual é a melhor hora para lançar um novo produto, definir metas,
prazos e cronogramas, além de cortar custo e buscar uma maior
lucratividade.
Um dos caminhos de uma boa gestão também é equilibrar as finanças da empresa.
A falta de conhecimento de ferramentas básicas como o fluxo de caixa pode ser um caminho para o insucesso.
Isso fica claro ao perceber que boa parte das empresas morrem devido
ao não levantamento de informações de mercado ou por falta de
planejamento antes do início das atividades.
Assim, visando mostrar a importância destes aspectos da gestão empresarial, a finpass vai mostrar algumas dicas que podem ser aplicadas no dia a dia de uma pequena e média empresa.
Confere abaixo!
Assumir dívidas além do necessário
Em primeiro lugar, é preciso salientar que assumir dívidas para
capital de giro ou financiamentos de máquinas é excelente para
equilibrar o custo de capital.
Uma empresa saudável pode e deve fazer o uso de capital de terceiros
para financiar suas operações, pois quando bem equilibrados,
financiamentos e empréstimos ajudam as empresas a darem mais lucro.
Mas ter dívidas em excesso atrapalha bastante uma empresa.
Embora a taxa Selic do Banco Central esteja numa trajetória
descendente nos últimos anos, chegando a 6,5% em Fev/2019, o juros dos
bancos não têm acompanhado esta tendência. Os juros incluídos no
montante final tem sido sempre alto.
O G1
reforça essa máxima. O portal cita dados do Sebrae e mostra que a taxa
de mortalidade de empresas no Brasil se deve “a escassez de crédito para
capital giro, ao lado de freio no consumo, associado ao aumento do peso
dos impostos. Dos 1,8 milhão de empreendimentos lançados em 2014, 600
mil (ou 33% deles) fecharam as portas até o fim de 2016”.
Ou seja, buscar fontes de financiamento externas é uma boa prática de
gestão, mas pode se tornar uma dor de cabeça. É necessário fazer uma
boa pesquisa por melhores condições.
Não conseguir pagar os fornecedores em dia
Falar que os fornecedores são uma parte vital de seu negócio é “chover no molhado”.
Entretanto, é bem mais frequente do que se imagina o empreendedor não
dispor de recursos para honrar seus compromissos. Por exemplo, quando
chega dia de vencimento de uma duplicata e não tem dinheiro no caixa
para desembolsar.
Aí, não tem muito para onde fugir: a melhor maneira de resolver esse
impasse é conversar com o fornecedor e, a quatro mãos, fazer um plano
para estruturar o pagamento.
Nestes casos, o fluxo de caixa é a ferramenta mais adequada para monitorar a saúde financeira da companhia.
O empresário pode usar softwares especializados ou mesmo uma planilha eletrônica.
Nela, deve anotar todas as entradas e saídas de dinheiro. Com isso,
já tem o seu planejamento de quando vai ganhar e gastar nos próximos
meses.
Com esse instrumento, é possível ainda saber até se o caixa da empresa tem uma gordura para imprevistos. Veja um artigo da finpass sobre este tema.
Inadimplência
A inadimplência é um dos desafios mais delicados para os
empreendedores. Afinal, como garantir o fluxo de caixa sem prejudicar
sua relação com o cliente?
Para atenuar esse problema, é necessário monitorar periodicamente a
sua base de clientes, sendo às vezes necessário oferecer alternativas de
pagamento com novas condições financeiras.
Ter um protocolo para realizar a cobrança atrasada e entender os variados tipos de devedores também são práticas comuns do mercado.
Vale sempre lembrar que níveis altos de inadimplência podem
comprometer suas finanças. Mas quando o empresário é proativo e busca
uma solução, ele ganha uma boa chance de fidelizar um cliente, aumentar
ou potencial de uma recompra ou reduzir o churn.
Vender muito à prazo e não ter dinheiro no curto prazo
Nós escrevemos neste post aqui sobre a diferença entre faturamento e receita.
Só relembrando: faturar alto não significa, necessariamente, realizar muita receita e nem muito lucro.
Ao botar em prática a gestão do fluxo de caixa, o empresário vai
saber com mais exatidão a receita que vai entrar nos próximos meses.
Além disso, também vai entender o impacto das vendas à prazo na sua
receita, para evitar a falta de recursos no curto prazo.
Com esse mapeamento em mãos, pode ficar clara a necessidade de usar
fontes externas de financiamento. Essa medida pode e deve ser usada, mas
sempre lembrando de olhar as taxas de juros e buscar sempre o melhor
tipo de operação para a sua situação.
Utilizar linhas de financiamento erradas na gestão empresarial
É sempre importante saber qual é a melhor fonte de financiamento para atingir o seu objetivo.
Uma decisão errada na escolha das linhas de financiamento pode fazer
com que a empresa pague mais juros ou deixe prolongar excessivamente o
prazo para quitação da dívida.
Um exemplo é pegar um empréstimo de curto prazo para uma operação que
vai se rentabilizar no longo prazo, pois antes mesmo de você ter um
fluxo de caixa positivo você já vai ter obrigações com a dívida.
Ou mesmo usar recursos próprios para investir na compra de máquinas
ou na aquisição de serviços, quando há a possibilidade desses bens serem
financiados a juros baixos. Isso, pois o retorno sobre o investimento
que você busca para o seu dinheiro tende a ser maior que o valor do
juros de uma linha subsidiada.
Os dois exemplos podem comprometer a rentabilidade da empresa.
Portanto, a ideia é sempre escolher a forma mais racional para cada modalidade de investimento: seja ela com o próprio caixa, por meio de financiamento ou mesmo com a atração de novos investidores.
Investir num produto errado
O empresário sempre tem o feeling para acompanhar as
movimentações de mercado, faz o uso de análise, relatórios e fica aberto
para perceber novas demandas de produtos e serviços.
Lançar um produto inovador que vai trazer mais clientes e receita é uma busca contínua de todo empreendedor.
Mas é sempre bom se informar sobre variáveis como o crescimento da
economia, como estão se comportando os concorrentes, quão leais são os
clientes e qual sua capacidade de investimento sem comprometer o uso de
recursos financeiros e de pessoas.
Às vezes, o mercado não está em sintonia com a sua ideia.
Lançar um produto errado no momento errado pode ser fatal para a sua
empresa. Então, coloque todos os prós e contras no papel e faça
simulações de custo e vendas.
Se possível, tente uma linha de financiamento, empréstimo ou
investimento no capital social da empresa. Assim, você fica mais seguro
na hora de lançar um novo produto na praça.
Ficou interessado sobre o tópico de gestão empresarial?
Falamos no primeiro parágrafo da importância da visão para um empresário.
Lembre-se que é como atravessar uma rua: você pode não ter controle sobre o carro que está vindo em sua direção, mas precisa saber quando é melhor acelerar o passo ou quando você precisa esperar ele passar.
Por isso, faça o uso da intuição para conseguir aumentar a sua
receita, para reagir aos fatores externos. Passe a se informar sobre
melhores alternativas para o sucesso do negócio.
Saber usar as métricas, dados, estratégias, pessoas e, porque não, linhas de crédito ao seu favor, fazem parte das peças-chave para a gestão empresarial.